Poesia – Souzalopes

Em associação com Casa Pyndahýba Editora
Ano II Número 14 - Fevereiro 2010

Corinna Spencer


§
caralho minha mãe na terra quando
eu nasci ela gemeu e deitou sangue
pela natura minha mãe arregaçada
num planeta pardo me parindo rindo
a porra do perdão os filhos deste solo
soluçam tanta merda minha mãe na terra


§
ouviram minha mãe do outro lado
sua praga me parindo quando rindo
um doutor metendo a mão já me tirava
do buraco do embigo e num só brado
minha avó gerava a reza salve salve
a puta que pariu ó silva e souza
perto minha mãe do teu cu preto
nasci teu filho entre pentelho e peido


§
abre as pernas minha mãe a liberdade
liberdade não tem asa não avua
o azar e sua uva ó pátria amarga
ó vulva divulgada quando morde
ou dorme no teu seio a clava forte
verás foda falida e teu afeto já
era minha mãe a liberdade